A proximidade de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 dominou as preocupações dos debatedores na audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI) na última segunda-feira (16), dedicada à modernização dos aeroportos nacionais. O presidente da Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Gustavo do Vale, porém, salientou o bom andamento das obras nos aeroportos e rejeitou a ideia de que o setor não está preparado.
“Do ponto de vista operacional, em todos os grandes eventos que o país já teve não foi na aviação civil que tivemos problemas. Todos os aeroportos funcionaram a contento”, afirmou, citando a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e o Rock in Rio.
Ao descrever as obras da Infraero, Gustavo do Vale ressaltou que a carência de infraestrutura é maior na Região Norte, onde a estatal aeroportuária tem buscado antecipar-se à demanda: segundo a previsão que apresentou, a reforma do aeroporto de Manaus – uma das sedes da Copa de 2014 – suportará o fluxo de passageiros e cargas até 2040. Ele ressalvou que nem todas as obras de aeroportos estarão completas até a Copa, mas, em casos como o de Fortaleza, a parte que estiver pronta até o ano que vem estará capacitada a suportar a demanda extra.
José Antunes Sobrinho, presidente do Conselho de Administração do Consórcio Inframerica – detentor das concessões dos aeroportos de Brasília e de Natal -, declarou que o cronograma das obras será cumprido a tempo para a Copa: apenas na ampliação do terminal de Brasília estão trabalhando 2,8 mil pessoas. Ele considera que ainda há muito a ser feito, opinando que o setor de aeroportos no Brasil busca recuperar-se da falta de investimento que levou a “duas décadas de atraso”, e que o problema vai além dos grandes eventos.
“A Copa do Mundo apenas fez a ignição da chave, e o Brasil precisa dos investimentos em aeroportos com Copa ou sem Copa”, disse.
Táxi Aéreo
A falta de espaço em aeroportos e os tributos elevados foram alguns dos alvo de críticas de Fernando Santos, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Táxi Aéreo (SNETA). Ele lembrou que 80% dos passageiros de táxi aéreo viajam a trabalho, e definiu a atividade de seu setor como “hipercrítica” para a integração nacional e para setores como o de produção de petróleo. Santos lamentou que aeroportos como Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, restrinjam a atuação de táxis aéreos e aviões executivos:
“O investidor estrangeiro se mostra preocupado pela dificuldade de pousar nos principais aeroportos brasileiros. Estamos sofrendo bastante com a pouca infraestrutura”, disse ele.
Fernando Santos concluiu destacando a natureza do táxi aéreo como serviço público concedido, opinando que assim deve ser mantida a regra.
Fonte: Agência Senado