Uma bolsa de intercâmbio estudantil trouxe a argentina Mariana Esther Espinosa ao Brasil, onde durante dois meses frequentou aulas na Universidade de Brasília (UnB). Mesmo vinda de um país em crise, ela se assustou com o alto custo de vida na capital federal. “Achei tudo muito caro. Em Brasília, pelo menos, é tudo muito caro. Principalmente a comida, aluguéis, livros”, disse à Agência Brasil.
Mariana conta que chegou a pensar em conhecer São Paulo, mas achou a passagem aérea muito cara e decidiu voltar à Argentina para passar as festas de fim de ano. A estudante disse que ouviu muitos comentários de brasileiros que viajaram ou pretendem viajar para a Argentina, por considerarem um destino mais econômico do que qualquer um dentro do Brasil.
Jane Jucá, de 56 anos, é arquiteta e está indo passar as festas de fim de ano na Europa. Neste ano ela optou por uma viagem internacional em vez de ir para o Ceará, sua terra natal, para gastar menos dinheiro. Ela conta que muitas vezes já pagou tarifas baixíssimas, mas que hoje as coisas mudaram.
“Não sei o que está acontecendo, não sei se é comigo ou com as tarifas, pois, não estou conseguindo mais comprar, o preço é sempre mais elevado. Toda vez que vou passar natal e o ano novo em Fortaleza preciso me planejar muito antes, se não fica inviável”.
A arquiteta conta que há pouco tempo, quando comprou a passagem que está usando hoje para Lisboa, soube que a passagem para Fortaleza estava mais cara do que para a Europa.
Para o servidor público Kleber Salles, de 53 anos, o governo deveria intervir de alguma forma, “seja reduzindo os impostos” ou de outra forma para tornar mais baratas as tarifas de voos domésticos. Ele também optou por passar as festas de fim de ano na Europa em função dos preços mais acessíveis. “Acho que os preços das passagens aéreas subiram muito. Então, se quiser comprá-las com desconto é necessária uma certa antecedência”, diz.
Kleber reclama dos aumentos nas tarifas domésticas e diz que por enquanto está valendo mais a pena viajar para o exterior. “Pelo preço que se cobra nas passagens para o Norte e para o Nordeste, por exemplo, é preferível viajar para a Europa, além de ter muitas outras vantagens”.
Esta é a mesma opinião do corretor de imóveis Geraldo Magela, de 48 anos. Para ele, seria interessante alguma iniciativa no sentido de pelo menos equiparar os preços das viagens para o exterior com os voos domésticos.
“Com certeza o fato de ser muito caro viajar aqui dentro do país poderá afetar a imagem do Brasil nos futuros eventos esportivos, contudo, ainda há tempo de se reavaliar essa questão para que as pessoas que vêm de fora possam ter preços mais acessíveis”.
Fonte: EBC