O aeroporto de Cumbica (SP) passará a ter decolagens quase simultâneas em suas duas pistas, que são paralelas, com 375 metros de distância entre si – era exigida uma distância mínima de 760 entre elas. A intenção da medida é reduzir os atrasos de voos no aeroporto.
Cumbica é o único aeroporto brasileiro a adotar essa prática, que só será executada quando o tempo estiver bom – com ao menos 5 km de visibilidade e 1,5 km de teto. Essas condições são encontradas no aeroporto de Cumbica em quase 70% do tempo. Pilotos e controladores farão o gerenciamento. A expectativa é que a medida seja implantada até 31 de maio, antes da Copa do Mundo.
Hoje, uma pista do aeroporto de Cumbica é reservada para pouso e a outra, para decolagem. E um avião só decola quando o outro já aterrissou na pista ao lado. Com a mudança anunciada, um avião poderá decolar de uma pista e, alguns segundos depois, outro poderá aterrissar na outra pista. Atualmente, o intervalo para essas duas operações é de um a dois minutos.
Menos atrasos
Cumbica tem atraso médio de 15% nos voos. Segundo o coronel aviador Ary Bertolino, chefe do CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea), da Aeronáutica, a intenção é reduzir o índice para 5%, 10%. A nova mudança pode elevar o movimento em Cumbica em 30%, passando dos atuais 45 pousos e decolagens a cada hora para 58, segundo Ronaldo Jenkins, diretor técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).
A mudança foi inspirada nos parâmetros utilizados no aeroporto de San Francisco, em que pousos e decolagens ocorrem de maneira quase simultânea desde 2004. Em horários de pico, estima-se que a capacidade do aeroporto aumente em até 25%.