Não dá para negar que a maioria dos viajantes brasileiros não gostaram da ideia de ter de pagar pelas bagagens que transportam no avião. Mas havia uma esperança, já que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não tinha aprovado a sentença.
Contudo, os passageiros vão ter que aceitar, nesta terça-feira (13), o órgão máximo de aviação outorgou as novas regras para o transporte aéreo de malas, válidas a partir de 14 de março de 2017.
Segundo os dados da “Agência Brasil”, ficou determinado que as transportadoras não terão mais de oferecer obrigatoriamente uma franquia de bagagens aos passageiros e que poderão cobrar, sim, pelo serviço relativo ao volume despachado.
Isso quer dizer que as aéreas podem cobrar pelo despacho em todas as frequências nacionais e internacionais, sendo possível transportar somente a bagagem de mão gratuitamente. Neste caso, o peso da mesma será aumentado de 5kg para 10kg. Atualmente, cada passageiro pode levar uma mala de 23kg em operações domésticas e até duas malas de 32kg para voos para o exterior. Veja outras mudanças para o transporte de bagagem aqui.
Para as autoridades da Anac, as normas colocam o país em um patamar internacional, dão clareza ao consumidor sobre os serviços que estão sendo cobrados e tranquilidade ao mercado do setor aéreo. A decisão foi acatada, por unanimidade, durante uma reunião, em Brasília, e tem uma cláusula que permite revisão a cada cinco anos. Os novos direitos e deveres dos passageiros serão anunciados e detalhados, ainda nesta terça (13), pela instituição.
Passagens aéreas mais acessíveis, ou não
Com a resolução, os preços de passagens aéreas no país podem cair. A Anac confirma a premissa, mas alega que não há garantias de que isso ocorra de fato.
“A agência não pode dizer que os preços vão cair por conta de outros fatores, como a situação econômica do país, os custos do petróleo e a cotação do dólar. Mas o comportamento no mundo todo demonstra que isso se reflete em benefícios aos passageiros”, comentou Ricardo Catanant, superintendente de acompanhamento de serviços aéreos da Anac.
De acordo com o executivo, as regras são mais justas com os viajantes que embarcam em frequência somente com a bagagem de mão. Em 2015, foram 41 milhões de passageiros nessa situação – o que representa 35% do total –, segundo informações da agência.