O setor de aviação acaba de registrar um fenômeno inédito: a taxa de voos atrasados atingiu uma baixa histórica de 8% neste ano, ao passo que até 2,7% dos voos chegaram adiantados ao local de destino em 2012. O fenômeno não tem sido atribuído a melhorias logísticas e operacionais, mas sim a um aumento generalizado do tempo estimado de voo.
Entre as 100 rotas mais movimentadas do país, 94 tiveram seus tempos estimados de voo aumentados desde 2000. O mesmo ocorreu com o tempo real de voo: entre Congonhas e Santos Dumont, por exemplo, o trajeto levava 51 minutos, ao passo que hoje leva 64 minutos. Segundo a Aeronáutica, o tempo médio no ar das aeronaves é o mesmo desde 2000, de modo que se acredita que o que aumentou foi tempo em solo.
O tempo de voo é contabilizado a partir do momento em que a aeronave fecha as portas no local de partida, terminando quando a aeronave abre as portas no aeroporto de destino. De fato, alguns passageiros relatam sentir que passam mais tempo em solo depois que a aeronave fecha as portas do que passavam em 2000.
As companhias aéreas atribuem a demora em decolar e pousar à infraestrutura dos aeroportos, que não comportam satisfatoriamente o aumento de fluxo que ocorreu nos últimos anos. A Infraero, por sua vez, afirma que está realizando obras de reforma e ampliação em 32 dos 63 aeroportos que gerencia, trabalhando para que em breve os terminais estejam aptos a atender à demanda de passageiros.