Publicado em 12 de agosto de 2016 às 11:48

É assim que uma aeronave fica após uma forte turbulência

Veja relatos de viajantes que enfrentaram transtorno durante voo para Auckland, Nova Zelândia; profissional de aviação comenta contratempo

Não é mais novidade para ninguém que muitas pessoas têm pavor de voar de avião, e uma das situações que ajudam, e muito, nesse fator são as temidas turbulências.

O contratempo pode acontecer a qualquer momento e, o pior, sem nenhum aviso prévio. E foi exatamente isso que ocorreu durante a frequência da Air New Zealand que saiu de Tóquio em direção a Auckland, na Nova Zelândia.

Logo após o jantar ser servido, a aeronave passou por um momento de instabilidade que causou terror aos viajantes. Alguns, inclusive, fizeram questão de registrar as consequências da turbulência.

Para se ter uma ideia da dimensão do susto, a inquietação causou manchas de vinho no teto, bandejas jogadas e muita comida espalhada pelo chão, tudo por conta das chacoalhadas. “Não houve qualquer aviso – foi aterrorizante, na verdade. Achei que fosse o meu fim”, declarou um dos passageiros em uma publicação do “Reddit”.

Reprodução/Reddit

Reprodução/Reddit

“As pessoas estavam muito assustadas. A tripulação fez o possível para nos deixar mais confortáveis depois do que aconteceu, mas é uma situação horrível”, continuou.

O alvoroço aconteceu após, apenas, uma hora de um voo – e depois os passageiros tiveram que aguentar firme mais 10. A movimentação fez com que alguns indivíduos chegassem a vomitar: “Você pode imaginar o cheiro que ficou no final das contas, já que havia ‘coisas’ até no teto do avião. A tripulação merecia uma medalha”, comentou outro o passageiro ao veículo.

Um outro usuário do “Reddit” também estava no mesmo voo e compartilhou outra imagem:

Reprodução/Reddit

Reprodução/Reddit

“Tivemos uma ou outra chacoalhada no início, mas do nada o avião simplesmente despencou e começou a tremer de forma absurda – e aí veio a segunda queda. Tudo foi para o ar, vinhos espirrando pelo teto, muita gente gritando e terror generalizado”.

Ainda no “Reddit” comentaram que, logo após o ocorrido, um membro da tripulação explicou que a turbulência severa era decorrente do clima ruim que não havia sido previsto pelos pilotos, mas que a rota já estava sendo ajustada para contornar a área de instabilidade.

Para finalizar, os comandantes emitiram um comunicado que serveria para acalmar os viajantes, mas o tiro saiu pela culatra: “Não há nada de errado com o avião – ainda”.

O outro lado

Pânico? Medo? Querendo ou não, nós, seres humanos, temos a tendência de exagerar e aumentar as coisas. Para os profissionais de aviação, a turbulência pode ser classificada como um susto, sim, entretanto, não é algo para ser tão temido – lembrando que o avião é considerado o meio de transporte mais seguro do mundo.

Confira abaixo um relato de um comandante de aeronaves transcontinentais, conforme divulgou o “Aviões e Música”. Vejam bem, o texto não visa diminuir a gravidade de uma turbulência severa, mas quebrar o paradigma de excesso de aversões durante voos.

Altitude, inclinação e a posição do nariz mudam só um pouco durante turbulência – no cockpit nós vemos apenas pequenas mudanças nos instrumentos, afinal os aviões são projetados com o conceito de estabilidade positiva, ou seja, retornam ao seu estado natural se forem desviados por outras forças. Eu lembro uma noite, indo para Europa, encontrei uma turbulência desagradável na metade do Atlântico. Era o tipo de turbulência que os passageiros depois contam para os amigos como foi. Veio do nada e durou muitos minutos e foi ruim o suficiente para ouvirmos os carrinhos da galley batendo forte. Na pior parte, com o som de pratos quebrando, eu lembrei de um email que recebi de um leitor perguntando o quanto o avião era deslocado durante turbulência severa, para cima e para baixo, e de um lado para outro. Eu então fiquei com os olhos cravados no altímetro e o máximo que eu vi foram 40 pés (12 metros) tanto para cima quanto para baixo, 10 ou 20 pés a maioria do tempo. Qualquer mudança lateral passou despercebida. Mas eu tenho certeza que os passageiros sentiram diferente: ‘Nós caímos 1000 metros em 2 segundos’.