Em reunião realizada na última sexta-feira, 23 de janeiro, as companhias aéreas chegaram a um acordo com os aeronautas e aeroviários, que deve evitar novas paralisações e greves até pelo menos junho deste ano. Na quinta-feira (22), a paralisação de cerca de uma hora dos trabalhadores da aviação causou atrasos e cancelamentos em vários aeroportos do país.
O encontro das categorias no Tribunal Superior do Trabalho (TST) durou duas horas e meia. Os representantes dos aeronautas e aeroviários concordaram em levar uma proposta de reajuste de 7%, que deve ser votada até dia 27 de janeiro. A tendência é de que a proposta seja aprovada, mesmo que o aumento pedido pelas categorias tenha sido inicialmente de 11%. A proposta das companhias aéreas também era diferente antes da negociação, o reajuste oferecido era de 6,5%, o que significaria apenas 0,17% de ajuste real (acima da inflação) aos funcionários.
Sérgio Dias, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), comentou a possibilidade de aprovação da proposta: “Foi satisfatório. Há uma forte possibilidade desse acordo ser aprovado nas assembleias, por isso a gente acredita que não deve haver novas paralisações nesse período”, afirmou.
As outras reivindicações serão negociadas até dia 1º de junho, em comissões de representantes dos sindicatos dos trabalhadores da aviação e das companhias. Os aeroviários (que trabalham em terra) querem definição de um piso salarial para os funcionários que realizam o check-in. Já os aeroviários (que trabalham a bordo) querem melhores condições de trabalho, com jornada mais justa, folgas e turnos mais regulares.
Os funcionários também conseguiram o aumento de 8,5% do vale-refeição e das diárias, pagas para serviços fora do local de residência para os aeronautas. Além disso, ficou acertado que as companhias aéreas não poderão fazer nenhum tipo de retaliação, como corte de salários, para os trabalhadores que participaram da paralisação na quinta. As aéreas poderão apenas exigir compensação das horas não trabalhadas.
Segundo o Diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), o piloto Marcello Ceriotti, o compromisso de não realizar greves vai até que se termine de discutir as mudanças na jornada de trabalho, em 1º de junho. “Até 1º de junho, a gente suspende o movimento até finalizar a discussão, que volta ao TST. Se a comissão não gerar bons frutos, a categoria pode rediscutir a paralisação”, explicou.
Para o vice-presidente do TST, o ministro Ives Gandra, “O positivo da reunião da conciliação foi o fato de primeiro, acabarmos com a greve”. Ele comemorou a decisão dos sindicatos de suspender a paralisação durante o período de negociações.