Após qualquer acidente aéreo comercial, a concentração é voltada para encontrar a caixa-preta da aeronave.
Mas… você sabe como funciona a tão comentada caixa-preta?
Poucos sabem, mas o instrumento é constituída por dois mecanismo de gravação: um que só memoriza o áudio e outro que registra dados do veículo de aviação durante o voo.
O primeiro, chamado cockpit voice recorder (CVR), registra tudo o que é captado por três microfones: um do comandante, um do co-piloto e outro que fica em um painel na parte de cima da cabine, pegando o som ambiente.
Já o segundo é o flight data recorder (FDR), que memoriza os chamados parâmetros, que podem ser velocidade do avião (tanto em relação ao vento quanto ao solo), as posições em que os manetes (alavancas que controlam as turbinas) foram colocados e o momento em que determinados botões foram acionados.
Laranja mecânica?
Uma curiosidade em relação ao aparelho é a sua cor. Dá para acreditar que a caixa-preta de preta não tem nada? Isso mesmo, o mais comum é que a mesma seja pintada com uma cor chamativa, para, no caso de incidente, facilitar a localização entre os destroços do avião.
O “preta” do nome tem duas explicações. A mais comum é que os primeiros gravadores de dados de aviões, criados no final da década de 1940, na Inglaterra, de fato eram cobertos por uma tampa preta. A outra refere-se a um costume, surgido durante a Segunda Guerra Mundial: novos equipamentos eletrônicos, como radares e visores, eram chamados de black boxes. Pensa que acabou? Ainda tem mais! Veja outras curiosidades da caixa-preta:
Dura na queda
A tampa que reveste os componentes eletrônicos é composta de uma liga ultra-resistente de titânio e aço. Além disso, uma espécie de esponja protege os componentes do calor. Uma caixa-preta pesa cerca de 4,5 quilos e suporta um impacto de mais de 3 mil vezes esse peso. Resiste por uma hora a uma temperatura de 1 100ºC e por 10 horas a 260ºC.
Do fundão
O posicionamento da caixa dentro do avião é tão importante quanto a blindagem para manter os gravadores intactos em caso de acidente. Ela fica na cauda da aeronave, que costuma ser a última parte a sofrer o impacto da queda.
Barulhenta
Se o avião cair na água, um sinalizador instalado do lado de fora da caixa dispara um alarme de som, que pode ser ouvido a uma distância de mais de 4 mil metros. O disparador do alarme é acionado pela própria água. Além disso, suporta uma pressão de 6 mil metros de profundidade.