O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), diminuiu 0,9% em fevereiro, atingindo 135,5 pontos. É a nona queda em 12 meses e a pontuação mais baixa desde 2010.
O fator que mais influenciou o resultado é a insatisfação dos consultados com o nível de consumo atual, que sofreu uma redução de 6,3% na comparação com janeiro e chegou a 97,4 pontos. De acordo com a FecomercioSP, essa medição mostra que a maior parte das famílias está gastando menos do que em igual período do ano passado.
Um dos principais motivos é a inflação, que reduziu o poder de compra e afetou sobretudo o consumo de alimentos, com alta de 11% no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013, bem acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) com aumento de 6,2%.
No quesito satisfação com a renda, houve queda de 1,2%, com 151,8 pontos. Em relação à perspectiva de consumo, a medição indicou alta de 5,7%, com 126,4 pontos. Na avaliação da FecomercioSP, o pagamento das contas típicas de começo do ano levou à redução da intenção do consumo, mas a entidade prevê uma retomada para os próximos meses.
Para a Fecomercio, apesar de ter ocorrido um recuo nas taxas de juros, o consumidor está mais cauteloso na busca por crédito e em assumir dívidas de longo prazo. Foi constatada retração de 7% no nível de satisfação com o acesso ao crédito, que atingiu 151,1 pontos.
Já no quesito emprego atual, houve queda de 2,3%. No que se refere à perspectiva profissional, a retração chegou a 4,3%, o que é atribuído a incertezas no cenário econômico. Além disso, a entidade aponta que o reajuste da gasolina e o fim dos estímulos fiscais por meio de descontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vão influir na queda do ICF.
Agência Brasil