Foi construída na França uma réplica da caverna Chauvet do tamanho de um estádio de futebol para abrigar pinturas rupestres pré-históricas de mais de 35 mil anos, que será aberta ao público. Com um custo de mais de 55 milhões de euros, a réplica tenta evitar com que tais relíquias históricas não sejam deterioradas como ocorreu com as pinturas da caverna de Lascaux.
O complexo da caverna de Chauvet levou oito anos para ser concluído – modelos em 3D e imagens para recriar as pinturas originais. Alguns espaços foram construídos em tamanho real e, para que as pinturas ficassem iguais às originais, imagens digitais foram projetadas sobre as telas que imitam a superfície da caverna.
A caverna original está localizada no desfiladeiro de Ardeche, no sul da França e foi descoberta pelo trio Eliette Brunel-Deschamps, Christian Hillaire e Jean-Marie Chauvet em 1994. Até então permaneceu sem nenhum visitante, pois sua entrada esteve fechada por mais de 20 mil anos, transformando o local numa espécie de “cápsula do tempo”.
Ela é considerada um dos sítios arqueológicos mais importantes do planeta. Em suas paredes há pinturas de rinocerontes, mamutes, leões e ursos, bem como bisões, cavalos e cabras.
Evitar o mesmo erro que Lascaux
Assim que a caverna foi descoberta, ela foi imediatamente fechada para a visitação pública. A decisão foi tomada após a experiência com Lascaux, que ocasionou na deterioração da famosas pinturas rupestres da caverna, descoberta em 1940, na França.
Segundo Marie Bardisa, curadora da caverna Chauvet (ou a “Caverna Decorada de Pont d’Arc”), a presença de visitantes faz com que a temperatura do local suba rapidamente, causando alterações nas pinturas.
Lascaux ficou aberta para visitação durante 20 anos, mas após surgimento de bolores e bactérias, o local foi fechado. Restauradores tentam recuperar os danos, mas não há certeza de que seja possível.