Não é mais novidade para ninguém que viajar de avião deixou de ser um artigo de luxo nos últimos anos, não é mesmo?
De acordo com as informações da Abear, o número de passageiros no Brasil aumentou de 34 milhões, em 2002, para 103 milhões, em 2015.
Alguns até não sabem, mas a acessibilidade ao transporte aéreo no país está ligado aos preços das passagens, que caíram 40% na última década.
Segundo uma reportagem da “Portal Exame”, a democratização ocorreu devido à liberdade tarifária, em vigor desde 2002. Antes, o governo era responsável por estabelecer faixas de preços para os bilhetes aéreos. Com a desregulamentação, as companhias aéreas passaram a definir os valores com base nos custos e na demanda de mercado.
Com isso, a ação trouxe novas empresas aéreas ao cenário de aviação brasileiro e também motivou a competitividade. Mas, além disso, outros fatores influenciam no valor final de um ticket aéreo. Não sabia? Então os confira abaixo:
Impostos e taxas
Sabe aquela sensação de que viajar para Buenos Aires é mais barato do que o Nordeste? Ela existe, infelizmente, e tem um motivo claro: o valor dos impostos que são praticados no Brasil. O principal é o ICMS sobre o combustível, que incide apenas em voos domésticos. Sua alíquota é variável e pode alcançar o teto de 25%, de acordo com o Estado. Sozinho, o ICMS representa cerca de 8% dos custos. No caso de rotas para o exterior, tanto companhias aéreas nacionais quanto internacionais estão isentas deste imposto.
O ICMS não reina sozinho neste mar de impostos. Existem ainda outros que impactam o valor da passagem, como as tarifas cobradas pelos aeroportos para pouso, permanência, conexões, utilização dos balcões de check-in, comunicação e serviços de auxílio à navegação.
Manutenção e demais serviços
A manutenção da aeronave e dos equipamentos de segurança usados durante o voo, os serviços oferecidos a bordo, os salários da equipe de comissários, e toda a estrutura administrativa das companhias aéreas também influenciam no preço final da passagem. Uma alternativa feita pela Gol é cobrar, em alguns voos, o serviço de bordo. Já outras companhias, em voos menores, cancelaram este tipo de serviço.
O peso da bagagem
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está estudando uma proposta de desregulamentação das franquias de bagagens despachadas. Caso seja aprovada, o valor da tarifa será mais barato para aqueles que não despacham suas bagagens, algo que costuma acontecer com frequência para aqueles que embarcam na ponte-aérea, por exemplo. Atualmente, em voos domésticos, os passageiros podem levar cinco quilos de bagagem de mão e despachar até 23 quilos sem cobrança adicional. Nos voos internacionais, a franquia chega a duas malas com 32 quilos cada uma.
O valor da bagagem é diluído no preço de todas as passagens. Assim, a tarifa fica mais alta e as pessoas que voam sem malas pagam pelas que carregam bagagem. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, apenas a mala de mão é gratuita. Um passageiro da American Airlines paga 25 dólares pela bagagem despachada. Na europeia Ryanair, o preço gira em torno de 40 euros (cerca de 150 reais).
Preços em queda
É muito possível que o processo de democratização do transporte aéreo, iniciado com a liberdade tarifária, na década passada, tenha continuidade nos próximos anos. Mudanças como a proposta de desregulamentação da franquia de bagagem visam aproximar a legislação brasileira dos padrões internacionais, facilitando a integração com o mercado global. Além disso, a própria concorrência entre as companhias aéreas, um dos motores da queda de preços após a liberdade tarifária, deve continuar mantendo o patamar atual dos valores praticados. *As informações são do Portal Exame.